Mais de 15 milhões de pessoas no mundo lutam contra o câncer todos os anos. Os casos de óbito são mais de 8 milhões. Os tratamentos tradicionais costumam ser agressivos, tirando a qualidade de vida dos pacientes. A boa notícia é que, cada vez mais, os pesquisadores estão conseguindo comprovar que a cannabis medicinal para o tratamento do câncer está ajudando muito as pessoas com a doença. Estudos mais recentes identificaram que o uso da maconha ajuda, principalmente, no alívio dos sintomas causados pelo tratamento, como o controle da ansiedade e da depressão, falta de apetite, dores, cansaço, náusea e vômito e qualidade do sono.
O que o câncer causa no organismo?
Todas as células do nosso organismo possuem um mecanismo de “morte programada”. Quando essa função não é realizada, as células não “morrem” e se multiplicam de forma desordenada e sem cumprir com suas funções normais. Com esse acúmulo de células não saudáveis, elas passam a competir com as células saudáveis.
Como essas células cancerígenas são vascularizadas, com o tempo, elas conseguem entrar na corrente sanguínea e espalhar o câncer para outros órgãos do corpo.
Como a Cannabis age nos pacientes com câncer?
Os efeitos da Cannabis acontecem em nosso sistema endocanabinoide, sistema responsável pela manutenção no equilíbrio de todo o nosso corpo. O THC e o CBD são capazes de se ligar aos receptores desse sistema e ajudar com que o sistema volte a funcionar corretamente. A maconha medicinal altera a forma com que a informação passa de um neurônio para outro, no caso dos sintomas do câncer, faz com que acontecesse algo parecido com um atraso na transmissão dos sintomas negativos da doença.
Essa ligação das substâncias da Cannabis, em nosso sistema endocanabinoide faz com que funções “desreguladas” pelo câncer, voltem a funcionar normalmente, entre elas estão a modulação do apetite, da dor e da produção celular.
A Cannabis pode curar os pacientes com câncer?
Alguns estudos indicaram que a Cannabis teria potencial de cura para os pacientes com câncer, combatendo os tumores causados pela doença. Um dos tratamentos publicados na BMJ Case Reports acompanhou uma senhora de 80 anos do Reino Unido com câncer que teve um tumor no pulmão direito reduzido em 76% em menos de três anos ao fazer tratamento com óleo de CBD.
Um outro estudo da Espanha demonstrou que os canabinoides poderiam ter efeito antitumoral por meio da indução de morte celular, inibição do crescimento celular e inibição da metástase.
E, por fim, uma pesquisa realizada pela Universidade de Londres também apontou que os canabinoides seriam capazes de combater a leucemia. Porém, a pesquisa está sendo feita in vitro, ou seja, em células dentro de tubos de ensaio, então ainda está longe de comprovar o seu efeito no ser humano.
Apesar de terem relatos mencionando esse potencial de cura ainda são poucos os artigos científicos sobre o assunto, então, o uso mais comum é para o alívio dos sintomas mais graves nos pacientes. Por isso, o uso medicinal da cannabis para o tratamento do câncer é como terapia adicional, ainda não substituindo medicamentos quimioterápicos.
Pesquisas sobre o uso da Cannabis para pacientes com câncer
Segundo o British Medical Journal, a cannabis é mais eficiente do que a maioria dos remédios usados para controlar a náusea e o vômito causados pelo câncer.
Em Israel a cannabis é aprovada desde 2007 para o tratamento de pacientes com câncer e muitos estudos já foram realizados no país, um deles, realizados com quase 3 mil pacientes, indica que 96% dos pacientes tiveram melhora em apenas 6 meses de tratamento. Enquanto apenas 18,7% dos pacientes diziam ter qualidade de vida antes do tratamento com cannabis, após o tratamento 69,5% das pessoas diziam se sentir bem mesmo com a doença.
Vimos que a Cannabis tem um papel importante para recuperar a qualidade de vida dos pacientes com câncer e tudo isso sem causar efeitos adversos graves, como outros medicamentos tradicionais. No caso do uso da maconha, os efeitos adversos são raros, e quando acontecem são leves, podendo causar apenas mudanças no funcionamento do intestino e um pouco sonolência, no caso de medicamentos ricos em CBD, e ansiedade, síndrome do pânico, sonolência e boca seca, no caso de medicamentos ricos em THC. Por isso é importante ter a indicação e o acompanhamento de um médico especializado em tratamento com Cannabis. O tratamento com a Cannabis normalmente começa com doses bem baixas que vão aumentando até a melhor resposta terapêutica para o paciente.
No Brasil, a ANVISA exige, como pré-requisito para a importação da Cannabis, que o paciente já tenha tentado outros tratamentos, mas não tenha conseguido o alívio dos sintomas.
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