Quer entender qual é a relação entre a cannabis e saúde, e quais são as perspectivas de ascensão desse mercado? Confira neste artigo.
O uso da cannabis na saúde é até hoje um tema meio polêmico, já que se trata do uso da maconha para fins medicinais.
A luta pela liberação da cannabis na saúde, para o tratamento de diversos problemas de saúde, já ultrapassa décadas.
No fim de 2019 foi autorizado pela ANVISA a comercialização e uso de produtos à base de cannabis nas farmácias brasileiras para o tratamento de determinadas doenças.
Da planta da maconha se extrai um componente químico, o canabidiol, que proporciona diversos benefícios em pacientes em tratamento, o que torna a cannabis e saúde uma relação bem sucedida.
Apesar da eficácia e potencial comprovados na área médica, o uso da cannabis na saúde ainda gera muito preconceito mesmo nos dias de hoje. Apesar disso, esse conceito está caminhando a passos largos na medicina, com boas perspectivas de crescimento no setor.
Quer compreender melhor o conceito cannabis e saúde? Saiba mais sobre a história da maconha medicinal, sua importância e a expansão pelo Brasil e pelo mundo.
Cannabis na saúde
A cannabis medicinal, conhecida popularmente como maconha medicinal, é o uso da planta destinada a fins terapêuticos.
Extrai-se dela o CBD, um composto potente capaz de ativar receptores reguladores do sistema nervoso e imunológico.
A resposta é positiva por causa do seu efeito neurogênico e pode estimular outras sinapses, trazendo muita esperança para pacientes acometidos por algumas doenças, como é o caso do Alzheimer, por exemplo.
A composição da cannabis possui tetra-hidrocanabidiol, uma substância que tem efeito relaxante e analgésico e não afeta as funções cerebrais, como muitas pessoas acreditam.
Apenas o THC presente na maconha causa esse efeito, não o CBD, que é onde entra cannabis e saúde.
Existem relatos sobre o uso da cannabis com fins medicinais em 2737 a.C., quando o chá da planta era utilizado para o tratamento de malária, reumatismo, gota e problemas de memória por um imperador da China.
Já no ano 70, a cannabis apareceu através de um médico greco-romano, que utilizava a substância para o tratamento de inflamações.
O Oriente Médio recebeu o tratamento com cannabis para a saúde no século XV, e o Brasil começou a aderir pela primeira vez a maconha para fins terapêuticos em meados de 1800.
O conceito foi trazido pelos africanos e popularizado entre os indígenas.
Conforme foi sendo comprovado que a substância reduz consideravelmente episódios convulsivos em pacientes epilépticos, o Conselho Federal de Medicina passou a autorizar medicamentos à base de CBD para crianças e adolescentes com epilepsia.
Cannabis é importante na saúde devido ao seu potencial terapêutico em diversas condições de saúde.
Diversos estudos ainda estão acontecendo para gerar a comprovação de benefícios para outras doenças, portanto, no futuro, existem grandes possibilidades dessa substância fazer parte do tratamento de um número muito maior de pacientes.
O uso da cannabis medicinal no Brasil
As conversas a respeito de Cannabis e saúde no Brasil tem avançado.
É estimado que com a regulamentação aprovada pela Anvisa, excepcionalmente para o uso medicinal, o uso de medicamentos feitos à base de canabidiol atinja um mercado potencial de R$4,7 bilhões ao ano.
Em uma pesquisa realizada com mais de 800 brasileiros foi concluído que 30% das pessoas entrevistadas declararam fazer uso ou terem usado cannabis anteriormente.
Como a cannabis é usada na saúde?
A cannabis possui muitos elementos em sua composição que são eficazes para diversos tipos de tratamentos.
Os produtos à base da cannabis na saúde são a tetra-hidrocanabidinol e o canabidiol, os canabinóides mais pesquisados até então.
Ambos possuem uma interação com um sistema sinalizador vital do organismo, chamado de sistema endocanabinoide, responsável pela regulagem de funções essenciais, como apetite, memória, humor, dor, sono, sistema imunológico e ciclos vitais das células.
A utilização desses componentes nos produtos fabricados a partir da cannabis devem seguir religiosamente as regras determinadas pela Anvisa.
De acordo com o órgão regulamentador, essas normas podem variar de acordo com a concentração de THC (tetra-hidrocanabidinol).
Em uma fórmula onde a concentração de THC é de até 0,2%, o produto deve ser prescrito através de receituário médico tipo B, com a numeração da Vigilância Sanitária e renovação de receita em um prazo de até 60 dias.
Isso se dá ao fato de somente produtos com índice superior a 0,2% apresentarem efeitos semelhantes aos efeitos do uso recreativo da maconha.
Esses só podem ser prescritos a pacientes em fase terminal ou aqueles que não conseguiram uma resposta satisfatória em nenhuma outra alternativa de tratamento.
Em casos assim o receituário deve ser do tipo A e a validade é de 30 dias, em um padrão similar ao do uso da morfina em tratamentos terapêuticos.
Cannabis e Saúde: Em quais tratamentos ela pode ser usada?
A cannabis pode ser utilizada no tratamento terapêutico de diversas condições de saúde. Saiba em quais tratamentos o uso de cannabis apresenta reações eficazes e satisfatórias aos pacientes.
Dor crônica
O uso da cannabis na saúde é muito comum no tratamento para dores crônicas.
Esse tipo de tratamento terapêutico se popularizou ainda mais com a crise dos opioides, medicamentos analgésicos fortes que causam dependência nos pacientes, resultando em até mesmo mortes por overdose.
Os canabinóides são uma opção para tratar o paciente que apresenta dor crônica, com uma redução de até 30% das escalas de dor.
Além da diminuição da dor, os medicamentos causam um aumento da tolerância do corpo a ela, melhorando a qualidade de vida do paciente e devolvendo a sua rotina diária.
Os principais usos da cannabis para dor crônica são em casos de fibromialgia, esclerose múltipla, dores oncológicas e dor por lesões medulares.
O uso não é recomendado para dores pontuais ou pós-cirúrgicas.
Alzheimer
Os canabinóides são uma alternativa muito promissora no tratamento atual do mal de Alzheimer, por um resultado eficaz e com apresentação de efeitos colaterais reduzidos em comparação com os medicamentos convencionais.
Os canabinóides atuam na etiologia da doença e podem retardar a sua progressão e até mesmo preveni-la.
Os efeitos positivos do uso de cannabis para a doença de Alzheimer estão diretamente relacionados ao sistema endocanabinoide, responsável por captar e processar os canabinóides no sistema nervoso.
É comprovado que esse sistema evita a neuroinflamação, os danos neuronais e o stress oxidativo, trazendo uma visível melhora para os pacientes.
Epilepsia
O uso de cannabis no tratamento de pacientes com epilepsia foi um dos pontos fortes para os investimentos nos estudos de cannabis e saúde.
Hoje existem evidências científicas sólidas que indicam esse tratamento para a epilepsia refratária.
Pesquisas apontam que o canabidiol ajuda no controle das crises em pacientes que com epilepsia, proporcionando melhor qualidade de vida também para crianças e adolescentes epilépticos.
Ansiedade
A cannabis pode ser utilizada também para a saúde mental, combatendo quadros de ansiedade e burnout.
De acordo com pesquisas recentes realizadas no Hospital das Clínicas em São Paulo, o uso de cannabis pode trazer a melhora de até 60% dos sintomas de pacientes em quadro de ansiedade.
Artrite
O canabidiol causa a diminuição da resposta do sistema imunológico e tem ação inflamatória.
Através dessa ação dupla, se explica a sua eficiência comprovada no tratamento para a artrite reumatóide, que além de uma inflamação, está também ligada a uma reação auto imune, quando o corpo sofre o ataque do próprio sistema de defesa.
Artrose
Por mais que ainda não ocupe a primeira linha de medicamentos a serem utilizados no combate a artrose, já existe um volume elevado de pesquisas que apontam o sucesso do canabidiol para os pacientes com caso de osteoartrite (artrose).
Depressão
O uso de cannabis medicinal ajuda a reduzir os sintomas em pacientes com depressão, de acordo com novos estudos.
As pesquisas reforçam que os pacientes diagnosticados que são usuários tendem a apresentar sintomas menos elevados de depressão do que os demais pacientes.
Diabetes
Os pacientes diabéticos também podem obter sucesso no tratamento através do uso do canabidiol.
Sintomas tradicionais da doença, como cansaço físico, vômitos e náuseas, perda de peso, excesso de sede e alterações de humor podem ser aliviados através do uso da cannabis.
Os sintomas e a necessidade desse tipo de tratamento irão variar de acordo com o tipo de diabetes e o quadro clínico do paciente.
Por que usar a cannabis como tratamento de saúde?
O uso de cannabis na saúde é pautado em evidências feitas através de muito estudo e pesquisas científicas que apontam uma real eficácia.
O principal motivo para unir cannabis e saúde é proporcionar aos pacientes que sofrem de diversas condições uma melhor qualidade de vida.
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Conclusão
Apesar do preconceito e das discussões polêmicas que ainda circundam o tema, é inegável que o uso de cannabis em tratamentos de saúde apresenta resultados satisfatórios.
Muitos pacientes têm sido beneficiados desse tipo de tratamento terapêutico, com o alívio de dores, demais sintomas e até mesmo o freio do avanço de condições clínicas sérias, como o Alzheimer.
Se você sofre de alguma dessas doenças, consulte seu médico sobre a possibilidade do tratamento com cannabis e descubra se é uma opção para o seu caso clínico.